Percebendo a Eternidade – Uma Jornada  de Amor a Deus!

Percebendo a Eternidade – Uma Jornada  de Amor a Deus!

Para ler com calma e apreciar é apresentado o tema: ‘PERCEBENDO A ETERNIDADE – UMA JORNADA  DE AMOR A DEUS!’ O tema aborda como a nossa relação com Deus influencia em escolhas e rumos de nossas vidas. (Tempo de leitura em torno de 10 min).

‘PERCEBENDO A ETERNIDADE
– UMA JORNADA  DE AMOR A DEUS!’

Perceber o eterno significa ir além das aparências do momento.  Adentrar portais que não imaginávamos que existissem é um dos frutos do sentimento de eternidade.

O momento, quando vivenciado com essa sensação, possibilita uma experiência sutil e profunda, que nos dá a sensação de sublimidade, a qual se reflete na consciência e em nossas percepções, conduzindo-nos para muito além dos limites das molduras da forma e da aparência. 

Quando isso ocorre, há uma profunda experiência e satisfação íntima, que transcende o aparente e nos faz ver além dos invólucros externos das formas aparentes das situações, dos conhecimentos ou das pessoas.

Pessoalmente, sei que muito pouco sei sobre a grandiosidade e magnificência relacionadas à eternidade.

O que posso compartilhar, e ainda assim ressaltando minhas grandes limitações, é que vivenciei algumas experiências por meio da meditação, da contemplação e da oração profunda – algumas delas, muitas décadas atrás.

Mas sinto que o fruto daquelas experiências ainda se fazem presentes dentro de mim, contribuindo para a sustentação e condução de sentimentos de bem-estar e harmonia.

Esses sentimentos não estão relacionados a local ou momentos; apesar de, em alguns casos, lembrar-me deles; mas, o que permanece vivo são os relances do poder celestial e angelical sutis que me foram concedidos experimentar, mesmo que em relances de experiências que, ressalto – transcendem o local ou o momento da experiência.

O que me parece extremamente interessante é que, mesmo os nascidos de ‘poucos minutos’ de profundas contemplações, meditações ou orações distribuídas em dias e épocas variadas, eles parecem permanecer vivos em nossa consciência, fazendo-a expandir e elevar-se. 

Claro que a alimentação da mente é algo que se dá dia após dia. E mesmo para ter a percepção de aspectos sutis que parecem atravessar os tempos faz-se necessário alimentar a mente da melhor maneira possível; algo que é muito particular e depende do ritmo e da natureza de cada um. Cuidar dessa alimentação é importante, sempre!

“Só sei que nada sei”
Sócrates

Usar o intelecto de maneira correta significa ir além da arrogância e do orgulho, do egoísmo e da insensibilidade, da aparência e da superficialidade; significa absorver a humildade gerada pela consciência de ser alguém que está sempre aprendendo.

Tal consciência proporciona o fluxo da aprendizagem em nosso dia a dia e impulsiona o afloramento dos sentimentos de autoridade e de identidade daquele que pode estar se tornando um “bom aprendiz” através de suas experiências, mas sentimentos sempre guarnecidos pela humildade.

Sócrates, por muitos considerado o maior filósofo da história conhecida, no patamar de toda sua sabedoria, certa vez disse: “Só sei que nada sei”.

Sinto que estas não foram meras palavras de efeito, mas que traziam profundo significado, tirado de experiências profundas que o filósofo maior experimentava. 

Será que Sócrates, ao dizer aquela frase, não compartilhava uma conclusão íntima a que chegara; de que a sabedoria transpassa os limites do que ‘pensamos’ saber, e que não conseguimos perceber a amplitude dos saberes na sua totalidade? 

Ou ele, talvez, estivesse simplesmente querendo dizer: “quanto mais eu aprendo, mais eu sinto que há ainda muito à frente a aprender?

Com certeza ele sabia o que estava dizendo e, sinto que mesmo que não tivesse claro como isso se daria, pelo menos ele tinha a percepção de que estava dando um recado para todas as gerações futuras – para que pensássemos e refletíssemos sobre aquela frase.

Bem, em meu coração a reflexão sobre aquela frase se traduz assim: “– amem o conhecimento, respeitem-no e continuem a jornada do saber, mas sem a arrogância que distorce a beleza, a justiça e o bem que são propriedades naturais do saber, pois no fundo, tudo o que vocês pensam saber é muito pouco em relação ao muito que há a aprender.

A arrogância do intelecto impede a aplicação do conhecimento de maneira natural; e isso começa pela absorção do mesmo pelo próprio ser.

Podemos ver a arrogância como uma “chapa quente” na qual as gotas do conhecimento caem e fazem algum ruído, mas logo secam.

Além disto, a arrogância do intelecto gera uma atitude mental de insulto e de desrespeito por si ou pelos outros, impedindo-nos de aprender.

“… quando adentramos certas dimensões do conhecimento com o coração; uma gama de experiências emerge”

Quando nos aprofundamos na prática do conhecimento através da junção do intelecto com o coração, algo especial parece emergir que transcende os níveis que aquele conhecimento inicialmente nos mostrava.

E isso, no meu caso, e dentro de minhas limitações, ocorreu inicialmente com a prática de meditação conjugada com a contemplação, quando procurava experimentar algum aspecto do conhecimento sem racionalizações ou análises, mas deixando-o manifestar-se sutil e intuitivamente dentro de mim.

A sugestão para quem quer fazer esse tipo de experiência é escolher um tópico, que pode ser uma virtude, um dom, uma qualidade, um tema qualquer de conhecimento, por exemplo, paz, misericórdia, humildade, etc.

Exemplificando, no caso do tema escolhido ser ‘paz’, pode-se fazer alguns experimentos sutis e sem expectativas, apenas deixando fluir internamente, preferencialmente em cenários que facilitem o relaxamento e a contemplação.

Para a experiência, respire com calma e profundamente e escolha algumas frases com o tema ‘Paz’ dirigindo-as a si própria. (Deixando a sua intuição mostrar como fazer isso ou – para aqueles que se sentirem confortáveis, pedir a Deus, ou aos anjos de Deus que a intuam).

A partir daí, pode fazer o experimento. Imaginemos que seja uma frase como: ‘A paz de Deus me envolve’ ou ‘ A experiência de paz é sublime’ ou ‘Sou um ser de paz’ ou ‘Ó Deus! como é bom estar em paz’ ou ‘Minha natureza é paz’ ou ‘Minha mente experimenta paz profunda’ ou simplesmente dizendo (e experimentando): ‘Amo estar em paz’.

Se o tema escolhido for ‘misericórdia’, uma possibilidade seria simplesmente experimentar a vivência da frase escolhida, como: ‘A misericórdia de Deus é abundante’ ou ‘O sentimento de misericórdia nos faz bem” ou a frase que escolher experimentar.

Se for ‘Compaixão’, além da frase escolhida por você, procure se visualizar olhando nos olhos de quem está passando por sofrimentos ou por alguma dificuldade. Qual o sentimento que compartilha?

A experiência pode ter variações, como escolher uma parte de uma oração que você aprecia.

Por exemplo, nas Bem-Aventuranças, cada estrofe é uma fonte para vivenciarmos momentos sublimes; o mesmo acontece na Oração de São Francisco, em que cada frase é uma fonte para profundas experiências.

Ou então, pode ser algum ensinamento, que pode estar inserido num texto que você considere especial. O importante é experimentar intimamente o tema escolhido.

Fazer esse tipo de experiência é apenas um primeiro passo, uma estimulação inicial.

Uma segunda etapa é fazer experiências com o que escolheu durante as ações no dia a dia, procurando vivenciar com sentimento aquela virtude, qualidade, conhecimento, etc.; fazendo tais exercícios, até constatar que aquele conhecimento é ‘sentido’ e ‘percebido’ pela alma.

O objetivo da prática é transcender apenas o entendimento cognitivo e, de fato, tornar aquela experiência parte de sua aprendizagem de modo que sirva de fonte para sua prática no dia a dia .

O fato é que quando adentramos certas dimensões do conhecimento com o coração; então, uma gama de experiências emerge e traz frutos que nos apresentam sutilezas bastante atraentes por meio de diferentes métodos.

Dentre os frutos, há a absorção de virtudes, que ganham vida na medida em que experimentamos a corporificação do conhecimento na prática, ou do desenvolvimento dos relacionamentos num nível que vai além dos papéis convencionais que cada um está acostumado a representar.

Dentre os relacionamentos, um deles se dá com a própria fonte do conhecimento verdadeiro, assim como das virtudes que existem em tudo o que é genuíno. Esse processo conduz a uma sintonia natural com Deus e com o que advém Dele, por meio da vivência da verdade que a essência divina manifesta em tudo que se origina de Deus.

“… não importa o quanto sabemos”
o que importa é … 
o quanto nós estamos nos aproximando de Deus e,
o quanto nós estamos ajudando outros a se aproximarem de Deus. 

Quanto mais essa ‘proximidade’ se manifestar,
mais estaremos percebendo a eternidade se revelando em nossas vidas!

O conhecimento genuíno transpõe os limites aos quais estamos acostumados a aceitar – do tempo, do espaço, do físico, da linearidade, e de outros aspectos que nossa racionalidade nos permite acatar.

O conhecimento genuíno gera força, gera energia, que se aplicada corretamente, gera sintonia. 

Essa sintonia nos assusta num primeiro momento, mas, quando nos permitimos à aproximação com Deus, experimentamos os benefícios dela, sem temores.

Essa relação – na medida em que nos permitimos, transforma-se em algo natural, podendo nos levar além do nosso estágio atual de entendimento, abrindo-nos as portas da intuição divina, refinando nossa percepção e fortalecendo nossa consciência espiritual.

A transição da consciência corpórea para a consciência divina-espiritual pode ser lenta e gradual, e ela acontece de maneira simples – dando-se um passo após o outro, sem atropelos.

Pode haver quedas e erros em meio à jornada, mas, quando conjugamos todo o conhecimento que vamos adquirindo durante a jornada, ao progresso de fé e de amor em nossa relação com Deus, com certeza nossas vidas ganham um brilho que nos torna mais íntegros e fortes a cada etapa percorrida por nós.

Sejam por experiências de quedas ou de superação de desafios e obstáculos, de tristeza ou de alegria, de perdas ou de ganhos, de derrotas ou de vitórias – o fato é que o amor a Deus nos motiva a desenvolver a aprendizagem das virtudes e qualidades genuínas.

A paz íntima e o amor altruísta têm a capacidade de conduzir todos os tipos de vivências em mais proximidade com Deus e em atitudes mais relacionadas ao bem da humanidade.

Quanto mais isso acontece, mais benefícios são gerados e mais claro fica o quão pouco sabemos.

Dentre o pouco que sabemos, pode-se dizer que a fé – baseada na paz e no amor, ajuda-nos a nos aproximarmos de Deus e a vivermos de maneira digna e fraterna.

Esse é um aspecto, mas outro que flui junto é o de que “não importa o quanto sabemos”, o que importa é viver cada etapa de nossas vidas da melhor maneira que pudermos – tendo como referência a paz e o amor de Deus.

E, particularmente, sinto que viver melhor‘ se reflete em um simples aspecto: o quanto nós estamos nos aproximando de Deus e o quanto nós estamos ajudando outros a se aproximarem de Deus.

Quanto mais essa ‘proximidade’ se manifestar, mais estaremos vivendo melhor e mais estaremos percebendo a eternidade se revelando em nossas vidas!

Amor a Deus, monte Carmelo

Imagem do post: Monte Carmelo (na Bíblia, consta que o Monte Carmelo é o local onde Elias clama a Deus e é respondido com a chama de fogo).