Do exército ao balé.
Alguns apreciam o marchar de um exército, pela organização e disciplina dos movimentos, outros preferem a liberdade da dança; ambos podem apresentar belas coreografias, mas nem por isto alguém iria optar só por marchar ou então só dançar, ou iria?
Bem esta é outra questão. O que podemos observar é que a essência apreciada em ambos pode ser vivenciada sempre que a pessoa desejar; seja numa caminhada por um parque ou numa partida de voleibol, desde que treinemos para isto. Lembrando apenas que treinar a mente também é parte de nosso viver. Treinar a capacidade de apreciar é possível e ao desenvolver esta habilidade a pessoa verá mudar mais do que os olhos podem ver.
Quem pratica o balé ou um esporte ou meditação ou o que quer que seja, que goste de fazer, sabe que há esforços a serem feitos. Nem tudo é só o prazer do resultado, mas sempre haverá a necessária dedicação das fases de preparação, de refinamento e do ‘apronto’ final para então fazer seu melhor e, só então, descobrir que há ainda mais a desenvolver. Isso tudo demanda esforços. O fato é que quando se aprecia a atividade escolhida, de alguma maneira, experimentará prazer nestas fases também!
O mesmo ocorre com a mente; treinar a mente está relacionado com desenvolver a habilidade de liberar-se de imposições externas, assim como trabalhar a capacidade de organização e disciplina internas; ambas são rítmicas e devem tornar-se naturais.
Ao desenvolver o respeito à liberdade, através de prática íntima e pessoal, haverá também a absorção e desenvolvimento da capacidade de organizar-se e ter disciplina. O resultado dessa conjunção será expresso pelo seu ritmo de vida – aí então será natural apreciar as várias coreografias que a vida nos apresenta, seja o balé ou o marchar, o engatinhar de um bebê ou o andar lento de uma pessoa idosa. Ritmos ali estarão sendo observados … e apreciados, por mais diferentes que sejam entre si.
Texto: Herbert Santos Silva
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Imagem: Pixabay