Por Simone Goh.
Daniel Goleman em seu livro Inteligência Emocional menciona vários estudos, pesquisas e estatísticas que privilegiam a “parte emocional do homem “.
Dentre estes vários estudos, um chamou-me a atenção.
Este estudo foi baseado em uma experiência iniciada na década de 60 por um psicólogo americano – Walter Mischel.
Com o título “O teste do marshmallow”, consistia em propor a crianças de quatro anos, que estas deveriam aguardar o pesquisador voltar de uma tarefa e, se assim o fizessem, ganhariam dois marshmallows. Entretanto, aquelas que não agüentassem esperá-lo, ganhariam apenas um e imediatamente.
Travou-se, então, uma batalha entre o impulso e a contensão, satisfação imediata e capacidade de aguardar a satisfação plena.
Algumas crianças foram capazes de aguardar intermináveis minutos, tapando os olhos, cantando, metiam a cabeça entre os braços, e assim, receberam a recompensa: dois marshmallows.
Mas, as outras, mais impulsivas, agarraram seu único doce, tão logo o pesquisador deixou a sala.
Após 12 anos, o grupo foi novamente avaliado, e constatou-se que os pré-escolares ,que agarraram o marshmallow, apresentaram grandes diferenças emocionais em relação aos outros.
Os que resistiram à tentação aos quatro anos eram agora adolescentes mais competentes, socialmente mais capacitados para enfrentar as frustrações da vida.
Aqueles que agarraram de imediato o doce – cerca de um terço – eram mais problemáticos, alguns tímidos, teimosos e aí por diante.
Ao terminar a leitura pensei: “Será que meu filho aguardaria ? Talvez “.
Para os pais que ficaram na dúvida como eu, Goleman consola : “As aptidões emocionais como o controle de impulso e a interpretação de uma circunstância podem ser aprendidas. ”
O psicólogo cita uma escola nos Estados Unidos, onde é ministrada a “Ciência do Eu ” em vários jogos, situações , bate-papos, levam a criança à alfabetização emocional.
Tudo isto é muito recente, de maneira que nós, enquanto pais, podemos praticar esta “Ciência do Eu “em nossa casa.
Determinar tarefas, elogiar sua execução, mostrar o quão importante é esperar por algo que toda a família anseia, ouvir e falar, deixando claro que também somos falhos.
Assim, com toda esta cumplicidade logicamente permeada de algumas briguinhas – que para Goleman são parte do crescimento – o nosso pequeno obterá um bom nível de inteligência emocional.
E nós, pegaremos uma carona nesta aprendizagem para também nos centrarmos e driblarmos esta aventura chamada vida.
autora; Simone Strelciunas Goh
Educadora, poeta, profa. universitária e de cursinho.
Bibliografia: GOLEMAN, Daniel – Inteligência Emocional – Objetiva – São Paulo – 68º edição
site http://gbsitesbsb.com.br/intuicao
Imagem: morguefile