A MESTRA DOS PEQUENOS COSTUMES - Cap.15 - Ouvindo as Estrelas

A MESTRA DOS PEQUENOS COSTUMES - Cap.15 - Ouvindo as Estrelas

Quatro pilares que sustentam os pequenos hábitos e costumes’, ‘Desempacotando mentes’, ‘Hábitos que harmonizam e elevam o astral’, ‘Aceitação das falibilidadese aCoesão que engrandece‘ são alguns dos temas de A MESTRA DOS PEQUENOS COSTUMES‘, capítulo 15 do livro Ouvindo as Estrelas, hoje publicado aqui no site Intuicao.com – Para sua apreciação. Confira!

(tempo médio de leitura- 19 min)

Livro Ferhélin, Ouvindo as Estrelas

Para dar uma breve ideia dos temas deste capítulo, veja abaixo sumário com os subcapítulos de ‘A MESTRA DOS PEQUENOS COSTUMES‘.

(Para ir a um dos subcapítulos, basta clicar no subcapítulo ou – para leitura co capítulo todo, é só dar sequência nesta página)

mestra dos pequenos costumes

Quando uma mulher sorridente, de cabelos loiros e curtos, disse algumas palavras em português, Ferhélin percebeu que se tratava de uma portuguesa. 

Aos quarenta anos, era uma mulher independente, em férias pelas Montanhas Rochosas. Elas se encontraram na Van e agora iam conhecer uma cachoeira em um local bem próximo.

Banff era uma cidade de boas lembranças para Ferhélin. No caminho entre a cidade e a cachoeira, o guia falava sobre os locais e elas observavam as belezas naturais das montanhas. 

Quando se fez silêncio, elas puderam se conhecer um pouco mais.

A nova companheira era consultora para pequenos costumes e morava na cidade do Porto, em Portugal.

— Mas o que você faz exatamente, que tipo de consultoria é esta? — indagou Ferhélin. 

— Bem, observo costumes e sugiro mudanças, através de práticas individuais ou coletivas. O objetivo é a melhoria da qualidade de vida das pessoas, na família, na cidade e nas organizações.

Observo e relevo a importância de pequenos aspectos. Alguns acabam ganhando maior visibilidade e outros permanecem  incógnitos, mas o fato é que geram mudanças nas vidas das pessoas que começam a praticá-los.

A perua Van que as conduzia por uma estrada de terra que era estreita e ladeada por árvores não demoraria para estacionar em um local, de onde poderiam explorar a região. 

Logo elas estariam caminhando e puderam continuar a conversar.

Os quatro PILARES que sustentam os hábitos e costumes

Ferhélin, feliz por ter encontrado outra pessoa que falasse português, comentou:

— Fiquei interessada no que você faz, dê-me um exemplo.

— Procuro focar diferentes dimensões que envolvem a vida das pessoas. É um trabalho muito intuitivo, de percepção e criatividade.

Acredito que, ao tomarmos consciência dos pequenos costumes – que todos possuímos e, de alguma forma, começarmos a trabalhar neles, podemos aperfeiçoar nossas vidas, dando mais qualidade a elas.

Basicamente, creio que haja quatro pilares que sustentam os costumes, hábitos e pequenos aspectos de nossas vidas. São eles:

a “atitude comportamental”, que se relaciona ao nosso estado mental e que retrata o nível dos pensamentos e sentimentos. A atitude comportamental influi em nossa determinação e motivação;

a “postura intelectual”, que se relaciona mais diretamente ao intelecto e que governa o foco que damos aos nossos pensamentos. A postura intelectual norteia com o que nos sintonizamos;

as “ação” em si, que é a mais comumente observada e valorizada no dia a dia, por estar relacionada ao plano material visível. Nossas ações de fato, expressam ‘aonde‘ colocamos nossa energia e, como quarto pilar;

a “disposição do espírito”, que pode ser representada pela vontade e pelo humor, que se relaciona ao padrão emocional. Creio que a ‘vontade’ e o ‘humor’ sejam fatores determinantes de nossa resiliência e do nosso nível de comprometimento. E estão relacionadas à disposição de espírito que manifestamos em nossas vidas.

Esses quatro pilares se fazem presentes em nossos pequenos hábitos e pequenos costumes. Penso neles como recursos que temos e que podem ser trabalhados simultaneamente. É a sua combinação que pode alimentar ou sugar a energia das pessoas.

Interessante! Pequenos hábitos e pequenos costumes — disse Ferhélin, pensando nas palavras da sua nova amiga portuguesa.

A partir daquele momento, Ferhélin passou, internamente, a denominá-la ‘Mestra dos Pequenos Costumes’.

Hábitos que harmonizam e elevam o astral

— Uma questão importante para o bem-estar das pessoas é saber como levantar o astral, quando estão em situações difíceis.

Dependendo da natureza da pessoa, sugiro que observe aspectos corriqueiros de sua vida, por exemplo: Qual o tipo de música que mais gosta? Qual o filme que mais a toca? Que tipo de leitura a ajuda a levantar seu estado de espírito?

É possível fazer um uso consciente de determinados recursos para influenciar sua disposição e perceber que não vale a pena propagar pensamentos e sentimentos que não sejam saudáveis. Fazer uso do que faz bem para você, a ajuda.

É simples, não é? — disse a Mestra dos Pequenos Costumes. — Criar hábitos que nos ajudem a aperfeiçoar nossas vidas, a encontrar soluções simples que, normalmente, estão à nossa disposição são meios de melhorar nosso comportamento.

Há muitos hábitos que podem ajudar a harmonizar e elevar o astral.

Ferhélin a observava interessada no que ouvia.

— Sem dar atenção aos pequenos costumes, sem criar um relacionamento com eles, sem apreciá-los, a maior parte das pessoas não seria capaz de perceber como os aspectos do cotidiano a influenciam.

Com a observação pessoal e alguns exercícios, elas estabelecem uma relação com estes aspectos e podem usá-los conscientemente.

Relacionamento orgânico com o conhecimento

Acredito que, ao uniformizar os métodos e fazer uso do conhecimento apenas de forma metódica, você impede que ele interaja em conjunto com outros atributos, como a criatividade ou a percepção.

Para tanto, devemos nos relacionar com o conhecimento de forma orgânica. Nada é imutável, nada é isolado.

 — Se tivesse que resumir seu trabalho em uma frase, em qual seria? — perguntou Ferhélin

Após pensar alguns segundos, a Mestra dos Pequenos Costumes respondeu: 

— Resgate da harmonia.

Balançando a cabeça, como se dançasse, Ferhélin repetiu: Resgate da harmonia, muito interessante!

— Suas propostas têm boa aceitação? — perguntou Ferhélin.

Esboçando um sorriso, ela respondeu:

— Você conhece o mundo em que vivemos. O meio acadêmico é bastante relutante. Às vezes, sinto-me um pouco como se fosse Renoir15 pintando suas telas e não sendo aceito nem mesmo em pequenas exposições em Paris.

Mas creio que tudo isto faz parte da evolução humana.

Desempacotando mentes

Aceitar novidades é complicado para muitas pessoas, principalmente, quando elas fundamentam suas vidas em certos conceitos que consideram o centro do Universo.

Imagine pensar que há vida além destes conceitos? Abrir mentes não é um dos objetivos principais da educação na atualidade, não é verdade?

De alguma forma, sinto que meu trabalho é o de ajudar as pessoas a desempacotarem suas próprias mentes.

E isso só pode ser feito pela própria pessoa. No geral, há uma certa aceitação por parte de pessoas mais sensíveis e de empreendedores mais visionários — concluiu a Mestra dos Pequenos Costumes.

— Além dos aspectos físicos e materiais, você aborda outros? — perguntou Ferhélin.

Ela sorriu dizendo:

 — Conforme o nível de abertura de cada pessoa, eu vou adentrando certas dimensões mais pessoais. Uma delas é a feição da espiritualidade na vida delas.

É interessante notar que varia enormemente de uma pessoa para outra. Cada uma tem seu universo individual e nele estão inseridos os princípios, valores, paradigmas, dogmas e crenças etc.

O que procuro enfatizar, quando abordo este tema, é o nível prático de espiritualidade que a pessoa manifesta em sua vida.

— Como? — questionou Ferhélin.

— Inspiro a pessoa a perceber qual pode ser o seu meio mais natural, para experimentar os universos que ela mantém fechados em si mesma.

Faço isso, mostrando a elas que os princípios, valores, paradigmas, dogmas e crenças que, de alguma forma, são importantes para elas, na prática funcionam como meios para deixar a espiritualidade se manifestar em suas vidas.

Aceitação das falibilidades

É interessante observar que a maioria das pessoas confunde espiritualidade com religiosidade.

Como muitos fatores têm exposto as falibilidades de cada uma das religiões e de seus representantes, há um número significativo de pessoas que se sentem órfãs por não encontrarem nenhuma religião “perfeita”.

Surge um grande vazio nas suas vidas, pois foram educadas para abraçar uma ou outra religião. Na medida em que elas não encontram uma que preencha seus anseios completamente, elas se frustram e se abstêm, criando bloqueios que as impedem de mostrarem o melhor delas mesmas .

O que ocorre é que começam a criar uma barreira nos níveis intelectual e mental, que as desestimulam mais e mais a não manifestar aspectos essenciais do espírito em suas vidas.

Ferhélin a ouvia compenetrada e seus olhos viajavam pelo cenário preenchido de pinheiros ao redor.

Respirando pausadamente, a Mestra dos Pequenos Costumes continuou a falar: 

— Procuro mostrar que a manifestação do espírito costuma se revelar na simplicidade e nos pequenos costumes e hábitos.

Descobrir que a espiritualidade é a expressão de valores e princípios na vida prática, é um dos primeiros passos para os que iniciam suas buscas pessoais.

É interessante observar que, quando as pessoas tomam consciência desse simples aspecto, muitas delas passam a entender que a falibilidade das religiões se dá, não na essência de seus ensinamentos, mas no nível humano daqueles que fazem a ‘administração‘ das religiões.

A partir daí, passam a entender que o foco deve ser a essência dos ensinamentos por elas proferidos; que é isso que, na prática, interessa.

Ao ter claro isso, muitas se reaproximam de crenças religiosas com as quais estavam mais distanciadas, mas, de alguma forma, sentem-se mais identificadas; agora, num patamar em que sentem que o que importa é o que praticam e o que traduzem dos ensinamentos em suas vidas e, não mais se perdendo em questionamentos estéreis que as afastavam de aprofundar quaisquer práticas.

É interessante como, com a aceitação das falibilidades – seja das pessoas ou das instituições, normalmente advém um salto de consciência.

De fato, sempre há um certo grau de espiritualidade na ação. A questão é: este grau representa sua natureza mais genuína e verdadeira?

É possível acessar níveis mais elevados, genuínos e vitais de maneiras diversas.

— Como fazer isto? — perguntou Ferhélin.

A Mestra dos Pequenos Costumes, então, respondeu: 

— Com as pessoas sendo inspiradas a perceber como elas se sentiriam mais à vontade e como seria mais natural se tivessem contato com princípios, valores, crenças e com o conhecimento em um nível posterior ao do entendimento.

Algo que deveriam experimentar dentro de si, não apenas intelectualmente. Cada pessoa tem seu meio mais natural de fazê-lo. Só que muitos ainda o desconhecem.

Há diversas experiências para encontrá-lo: em silêncio, deixando o pensamento se acalmar até acontecer uma experiência serena e profunda, ouvindo sons ou música, parado ou em movimento.

Orando, falando, entoando cânticos ou tentando experimentar o que os outros falam ou pensam. Repetindo sons ou palavras, procurando gerar uma atmosfera poderosa ao redor. O importante é encontrar o seu “jeito” pessoal. As práticas são inúmeras.

Perceber seu estilo, para melhorar seu astral, significa melhorar seu grau de espiritualidade. Descobrir como sentir-se melhor, relaxando, concentrando-se, contemplando, adorando, fazendo algo, experimentando, doando, recebendo, a sós, ou em grupo, é o primeiro passo a ser dado.

Suas ações refletem sua natureza mais genuína?

Há uma diversidade de detalhes que podem fazer parte de uma experiência pessoal.

Ferhélin comentou: 

— Bem, eu não gosto de idolatria, a adoração não faz meu estilo. Algumas vezes gosto de ficar só, mas penso que certas experiências são mais poderosas em grupo. Sei lá. Tudo é tão pessoal.

A Mestra dos Pequenos Costumes apenas sorriu, dizendo:

— As escolhas são pessoais. Quando as pessoas perdem a capacidade de escolher, elas facilmente se afastam daquilo que é mais natural para si mesmas.

Ao perceber o que eleva seu astral e o colocam em prática, elevam seu nível espiritual de algum modo.

Imagine os índios em suas danças e rituais, os yogues que usam mantras, as falas ou pensamentos que regem as orações, gestos e posturas. Imagine os incensos e aromas usados por inúmeros grupos e religiões.

São detalhes que parecem úteis para alguns e desnecessários para outros. Não existe o certo ou o errado. Apenas o que é adequado e benéfico para você e seu estilo de ser.

Os costumes podem variar, mas eles continuam a existir, seja na contemplação, na concentração, no desapego, na adoração, na repetição ou na respiração profunda e pausada ou acelerada, ou ainda, na prática do silêncio profundo ou na relação com os sons. Em todas estas práticas, estabelecemos costumes e com elas alimentamos hábitos.

Não cabe comparação, o importante é perceber o que é benéfico e favorável para para cada um e utilizá-lo para seu bem-estar.

Seja a felicidade paradisíaca dos indianos, a bem-aventurança dos yogues, a determinação dos mulçumanos, o amor incondicional dos cristãos, a iluminação dos budistas, a ascensão dos seres iluminados, a clareza e sabedoria dos mestres, os rituais dos mestres Xamãs, tudo é transformador e potencialmente vitalizador, a questão é descobrir com o que você se sintoniza.

Ao fazer uma escolha, não significa que ela deva ser permanente ou única. Tudo flui e passa por mudanças e adaptações, inclusive a nossa maneira de ver e entender a vida. 

Um novo enfoque – mais abrangente

Elas seguiam em sua caminhada e por um tempo permaneceram em silêncio. Decidiram sentar-se e observar a vista ao redor.

Aos poucos, um estágio de certa sonolência tomou conta de Ferhélin. Ela teve a sensação de ver sua mente mergulhar em um imenso cenário com o céu azul e branco onde cenas começaram a despontar, como slides ou flashes.

Personagens começaram a surgir naquele “céu”:

Einstein pareceu sorrir-lhe, sugerindo que a vida era um quebra-cabeça esférico composto de infinitos pedaços curvos, com os quais deveríamos nos divertir e aprender a ver as relações das peças entre si e como cada uma influenciava o todo.

Leibnitz17 pareceu levantar sua mão e colocar o dedo indicador em direção ao alto, chamando sua atenção para um plano mais elevado.

Pitágoras, silencioso e sereno, pareceu compenetrado, e ela pensou ouvi-lo dizer que os segredos deveriam ser descobertos, mas não expostos indevidamente.

Helena Blavatsky18, realizada e amadurecida, pareceu perguntar-lhe: “Percebe agora?”

Por um tempo, ela pensou ver aquelas figuras passeando em sua mente.

Ferhélin expressou um “Oh!” ao perceber que, de algum modo, aqueles personagens haviam indicado algo novo para ela.

A Mestra dos Pequenos Costumes permanecia em silêncio.

Desde criança Ferhélin aprendera que a Física era a ciência da natureza. De algum modo, um novo enfoque ali surgia para ela: a ciência deveria abranger as diversas naturezas, não apenas a mensurável, material e perceptível fisicamente, mas também a dimensão do espírito deveria se integrar ao estudo científico. 

A ponte que liga a espiritualidade e a ciência estava muito clara para ela; era o caminho. Ela deveria olhar para a ponte que une aquelas duas dimensões e não para o abismo que as separa.

Pareceu ver um céu mental mostrando uma ponte de luz, unindo duas espirais também de luz. Uma direcionada para baixo, representando a ciência e, outra para cima, representando a espiritualidade. 

Aos poucos, aquele cenário mental começou a transformar-se. As espirais de luz começaram a se fundir e a ponte desapareceu.

Logo as espirais pareciam se sobrepor e, preenchidas de luz, começaram a misturar suas configurações, formando uma imensa esfera iluminada.

Não havia mais separações, nem pontes, nem o lado da ciência ou o da espiritualidade. Tudo compunha um novo cenário, integrado.

Após esta experiência, ela permaneceu introspectiva por um tempo, até que outros do grupo passaram por elas e elas decidiram continuar sua caminhada. 

Logo, chegaram ao topo da montanha, de onde podiam ver, do alto uma cachoeira estreita e imponente. O ambiente era muito agradável e havia duas trilhas. Elas teriam mais um tempo para caminhar por lá.

Coesão que engrandece

Seguiram um pouco atrás do grupo, apreciando a natureza e conversando.

— Pequenos costumes, nossas vidas são preenchidas por eles. Agora parece simples para mim — disse Ferhélin, sorrindo para a Mestra dos Pequenos Costumes, que complementou:

— O simples é sempre conciliador! Para, pouco tempo depois acrescentar:

— Gosto muito de esportes e sempre estou acompanhando atividades esportivas.

E você? — perguntou a Mestra dos Pequenos Costumes, observando um casal que estava escalando a montanha pelo lado da cachoeira. 

— Gosto muito de esportes. Fiz um pouco de paraquedismo e aprendi um pouco de saltos ornamentais, mas por pouco tempo. Atualmente, pratico natação.

Nadar faz parte de minha vida. Nado toda manhã, antes de ir para a universidade. E, quando dá, gosto de acompanhar as atividades esportivas na televisão, principalmente voleibol e surf, que sempre tem cenários maravilhosos — respondeu Ferhélin.

A Mestra dos Pequenos Costumes complementou: 

— Quando vejo as competições esportivas, acho interessante observar o espírito dos atletas.

É interessante perceber que, quando existe o espírito de equipe no grupo, há a tendência em focalizar as virtudes e as qualidades. Um participante dá suporte ao outro. Há uma coesão que harmoniza e une o grupo.

Há uma certa leveza que inspira os mais hábeis a serem inovadores e criativos e os mais limitados, tecnicamente, a darem o máximo de si, sem medo de errar. E quando erram, sentem o apoio dos outros. Há felicidade no grupo e isso se reflete nas participações individuais.

Quando um grupo está ajustado e harmônico, procura priorizar a celebração entre os componentes da equipe.

Fica evidenciada a felicidade do grupo por ter obtido sucesso e não pelo fato do oponente ter perdido. Há uma diferença imensa entre estas duas posturas.

Ferhélin a escutava interessada.

— Há uma postura natural de não ofender e nem revidar gestos agressivos contra o adversário. Pelo contrário, há um sentimento de respeito e consideração, algo que apenas os vencedores conhecem naturalmente.

Muitos precisam desenvolver tal postura por meio da prática, mas o vencedor natural, aquele que tem consciência de que está um nível acima dos adversários sempre respeitará a dor da perda do outro, mesmo que ele tenha agido de forma agressiva ou ofensiva.

De algum modo, isso se expressa nos costumes e hábitos daquele que tem o espírito de vencedor.

Ele tem o poder mágico de manter a energia nas suas qualidades, nos talentos e nos seus objetivos e não se deixa influenciar por outros fatores.

Celebrar, para os vencedores de fato, sempre traz os sentimentos de felicidade, mas junto vem o sentimento de respeito a quem foi vencido.

Se ao vencer, houver o sentimento de raiva ou desejo de manifestar um comportamento agressivo, pode saber que o espírito vencedor não está presente.

A sensação de vitória será transitória e terá vida curta. Ao vencer, respeitando o adversário, este passará a admirá-lo com respeito.

Observando o casal subindo a montanha, Ferhélin podia notar que os dois estavam ligados entre si e que um sempre estava atento ao que o outro fazia.

Havia uma certa coesão em suas ações, algo que parecia ser natural entre eles. E como os pequenos detalhes faziam diferença naquela atividade de escalar montanhas, pensou Ferhélin.

Na caminhada de volta em direção ao local onde a Van estava estacionada, ela se lembrou da equipe brasileira de voleibol, campeã nos Jogos Olímpicos de Barcelona. 

A felicidade dos brasileiros pela vitória olímpica foi contagiante. Nos jogos, suas faces revelavam garotos felizes e competentes e sem nenhuma arrogância. Todos — da comissão técnica aos jogadores — estavam interligados entre si. 

E na Olimpíada seguinte, quatro anos depois? Era quase o mesmo grupo, mas suas faces estavam mais tensas e agressivas. Quando faziam pontos, não mais havia aquela postura de alegria de quatro anos antes. Em vez disso, notava-se certa agressividade no ar.

A mesma competência técnica estava lá e eles estavam até mais experientes. Tudo levava a crer no bicampeonato olímpico, mas não havia mais a sensação de um time. Pareciam peças isoladas.  Não mais havia a coesão que os uniu e os tornou fortes e exemplo de equipe.

Lembrando-se das palavras da Mestra dos Pequenos Costumes, ela pensou: seria aquele um exemplo de coesão num momento e a falta dela, quatro anos depois, quando estava ausente o espírito e a alegria anterior que os levaram ao lugar mais alto do pódio? Talvez, quem sabe? Pensou ela consigo mesma.

Foi quando o guia lhes disse que era momento de retornar.

Quando chegaram a Banff, elas se despediram. A Mestra dos Pequenos Costumes ficou em seu hotel e Ferhélin seguiu para sua pousada no alto de uma montanha, quase fora da cidade. 

mestra dos pequenos costumes

Obs sobre as notas: elas serão colocadas mais à frente.

Livro Ferhélin, Ouvindo as Estrelas

O livro OUVINDO AS ESTRELAS descreve encontros de uma jovem cientista (Ferhélin) – personagem central do livro, durante sua jornada em terras canadenses. Grande parte do livro tem como cenário as Rochosas Canadenses, com seus cenários únicos e encantadores, nos quais a magia dos cenários funde-se com perspectivas e revelações, aprendizagens e entendimentos que proporcionam a Ferhélin experiências que a ajudam a transcender sua forma de pensar e enxergar o mundo e as pessoas, as ciências e a espiritualidade. Experiências essas que são compartilhadas no livro, o que os leitores poderão atestar no decorrer da sua leitura, conforme os encontros são relatados.

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