Educação - inovar ou ...

Educação - inovar ou ...

Educação – inovar ou …

A educação é sempre inclusiva!. Educar inclui perceber o mundo em que vivemos, conhecer os diferentes tipos de sociedades, inclui ensinar e aprender, inclui aprender a pensar e a sentir, inclui usar o raciocínio e o ato de saber intuir e ser intuído, inclui considerar o objetivo e o subjetivo, inclui visitar a antiguidade e pensar o futuro, inclui perceber o presente e o eterno, inclui usar os hemisférios direito e o esquerdo do cérebro, inclui a natureza e o universo, inclui as artes e as ciências, inclui as atividades físicas e o lazer, inclui o apreço aos deveres e aos direitos, inclui o amor e a paz e inclui o alimentar dos valores morais e o profundo respeito à ética. A educação inclui o saber e o compartilhar, inclui o dar e receber, inclui o apreciar e o construir, inclui o absorver e o transpirar, o liderar e ser liderado, inclui aprender estar à frente ou atrás, inclui aprender sobre os tipos de crenças e expressões de religiosidade, inclui o construir de valores e de princípios e, acima de tudo, inclui o tolerar e o respeitar as diversidades que existem em nosso planeta.

Quando pensamos em educação, torna-se óbvio que a do Brasil não está dando bons resultados e, intuo que isso não é devido a governo de tal ou tal partido; de tal ou tal linha educacional; nem pela falta de dedicação de professores, pois estes são os verdadeiros mantenedores da chama da educação através de sua persistência e dedicação, e nem pela falta de especialistas e pensadores capacitados em nosso país. Algo me diz que para uma real transformação, que alcance reais benefícios, todos devem vestir as sandálias da humildade e ir além da zona de conforto intelectual.

Pensar diferente é necessário se queremos inovar. Pensar como sempre e esperar ideias diferentes não é muito lógico, nem parece ser inteligente.
Pensar fora dos padrões é algo que se faz necessário se queremos inovar e melhorar.
O fato é que Educar é uma ação contínua que nunca acaba. Não devemos pensar nela de forma limitada.

O requisito essencial para irmos além das fronteiras convencionais é considerar o desafio de encarar o tema além de políticas partidárias, que pensam no curto prazo ou de apego a determinadas filosofias educacionais que muitos estão acostumados a defender. A sugestão é assumir que a prática da humildade é necessária, se realmente queremos resolver um problema que por décadas tem se amplificado.

Abrir a reflexão e pensar em como podemos trazer benefícios reais a quem receberá o conhecimento e como poderemos fazer isso, dentro de nossa realidade de país de terceiro mundo é o desafio inicial.

Quando pensamos nos benefícios reais de quem receberá conhecimento, devemos ir além dos limites da escola. Devemos pensar no cidadão, seja ele jovem ou criança, adolescente ou adulto, mulher ou homem, seja qual for sua origem.

O mundo de hoje tem problemas sendo intensificados; intolerância é um deles.

Pegando esse exemplo, ele afeta a convivência, afeta a interação social, afeta a formação familiar e fundamentalmente, afeta a formação humana e espiritual.

Pensando em termos educacionais, qual seria a resposta a este problema?
Esse é o exercício proposto. Diagnosticar os problemas sociais, familiares, etc. e encarar que a educação deveria ter repostas condizentes. Num nível, se a educação não resolver o problema, pelo menos deveria atenuá-lo, ou quem sabe, inovar ao ponto em que o problema deixasse de existir?
Isso é impossível? Será?
Muitas vezes alimentamos os problemas e depois temos que usar inúmeros recursos para conviver com ele.

Para mim, inovar em educação, passa por criar condições em que muitos dos problemas que temos hoje, deixaria simplesmente de existir.
Devemos estar conscientes que muitos vivem dos problemas e não teriam real interesse em sua eliminação. Parece meio estranho, mas não é; nossa sociedade, em muito, está assim estabelecida. Pensemos no exemplo da segurança. Uma sociedade em harmonia, com valores de cooperação e fraternidade, honestidade e respeito, por exemplo, eliminaria a necessidade, em muito, das indústrias de segurança e de seguros, por exemplo.

Uma sociedade saudável, sem vícios e sem ganância, sem hábitos alimentares que a prejudicassem, em muito eliminariam necessidade de tantos remédios. O que as indústrias farmacêuticas pensam disso? Será que elas estão interessadas na saúde, de fato, quando fazem suas pesquisas?

Será que a educação não tem a ver com a criação de hábitos, inclusive os alimentares?

Vários outros setores de nossa sociedade tem modus-operandi similar; não é a questão de apontar dedos aqui, mas de pensarmos, de fato em que classe de cidadãos queremos em nosso país. Quais seriam os valores necessários para tal?

Os conhecimentos, as habilidades, os valores e os interesses moldam as posturas intelectuais, emocionais, sociais, espirituais.

Há muito bons pensadores do tema educacional em nosso país, e eles sabem muito, consequentemente podem ajudar muito. Indo além de nosso país, há grandes pensadores do tema em vários outros países que estão tendo resultados excelentes, em termos educacionais. Penso que quem trabalha com educação, sempre quer compartilhar o que sabe ser bom e essas pessoas querem ajudar; é só chamá-las, juntar forças, unir pensadores e, estabelecendo um terreno de humildade como base, deixar nascer a semente para que surja uma nova educação.

Sócrates, há tanto tempo, já dizia que uma formação integral é fundamental, e que essa formação envolvia o conhecimento, as artes e a ginástica.

Quanto ao conhecimento, uma ideia das mais inovadoras é a de se organizar o estudo por temas ou tópicos.
Ainda é uma semente nascendo, mas algo me diz que ela é o caminho da nova educação.

Como construí-la, como colocá-la em ação em nosso país?
Eis aí um tema para nossos educadores e pensadores refletirem.

Texto reflexivo de autoria de Herbert Santos Silva

Sugestão de leitura:
http://www.independent.co.uk/news/world/europe/finland-schools-subjects-are-out-and-topics-are-in-as-country-reforms-its-education-system-10123911.html

Imagem: Rachel Amaral (na época com menos de dez anos de idade)