Desvendando um mundo novo

Desvendando um mundo novo

Desvendando um mundo novo.


Por mais que possamos considerar algo importante, e aquilo realmente ser muito importante para muitos, não se pode ter a expectativa de que todos o assim considerarão.
Nem tudo serve para todos, mas de algum modo, tudo que existe acaba por ter alguma relação entre si.
Assim são com os nossos princípios, valores e com nossas vidas.

Alguém de fora, numa determinada perspectiva, pode prever e presenciar todo um processo a ocorrer com antecedência, mas quem não estiver com aquela perspectiva pode até mesmo estar mais envolvido no próprio processo em si e, mesmo assim, nem imaginar o que está por vir, por mais que pense ter o controle ou ter planejado o processo.

Assim é com a vida: pode-se dizer que nem todos, ou mesmo, poucos, estão com uma perspectiva diferenciada, a ponto de ter claro o processo que a humanidade vivencia.
Não perceber o processo não significa que ele não exista.
Pode ser uma questão de perspectiva, de sensibilidade, de desvio de comunicação entre visão, percepção, razão e intuição.

O fato de estarmos no início de um novo milênio e ignorar leis de uma transformação iniciada através da ciência do início do século anterior pode não estar visível aos olhos de muitos. Assim, muitos fenômenos ainda são vistos com lentes do século XVII, com perspectiva cartesiana e fundamentada no mecanicismo newtoniano, simplesmente ignorando-se conceitos que já existem, mas ainda não foram absorvidos conscientemente; entre eles podem estar conceitos da teorias quântica e da relatividade, por exemplo. Mas mesmo conceitos mais antigos talvez careçam de uma visão mais abrangente e um maior entendimento, no nível da consciência. Aí entram a lei da gravidade, que pode ter um nível de abrangência muito mais amplo do que o até agora explorado; a lei da sintonia, que está em tudo que existe no universo, mas que ainda é tão pouco entendida cientificamente; ou o próprio magnetismo. Esses são apenas exemplos de campos de exploração, que podem apresentar novidades em diversos níveis.

Isso pode não parecer relevante no dia a dia, ao absorver notícias em  aplicativos, televisão ou jornais; ou então ao dirigir-se ao trabalho ou ao cuidar dos filhos; mas aí reside um perigo sutil.

As vendas nos olhos da humanidade parecem vestes da moda
, e isso parece não ser muito trágico. No entanto, aqueles que têm uma perspectiva mais elevada sabem que, no mínimo, é preciso livrar-se destas vendas que cegam o ser humano e os impede de dar até mesmo o mais simples passo em direção à própria liberdade. Vendas disfarçadas de lentes, dão a sensação de que estamos enxergando o que há para ser enxergado; mas será que estamos observando o que realmente deve ser observado?

Num nível bem mais sutil,  propriedades inerentes ao ser humano mantêm-se vivas, percebamos ou não. De tempos em tempos parecemos ver além do que as lentes habituais nos possibilitam ver. Olhares de compaixão e de amor incondicional nos transportam a dimensões que estão próximas de nós, mas que não estávamos percebendo. E esses olhares nos alertam – a todos nós, seres humanos, que a beleza existe.  A beleza sempre existe e deve ser vivida com o coração e com a razão, em harmonia.

Algumas vezes, usamos lentes quando do uso da razão; lentes que são ativadas  por dogmas sustentados na ilusão do poder do medo, na lógica do sofrer para ter méritos ou nos paradigmas ultrapassados de séculos atrás, que não mais se adequam ao que se pretende para um mundo novo, renovado de fato e transformado, na sua essência.

A transmutação da energia é possível, em quaisquer níveis; mas talvez, mais do que tudo, nos pensamentos. É por eles que mudanças podem se manifestar mais eficazmente. E isso se torna possível com a elevação de consciência, que automaticamente ativa novas lentes, ou formas de ver, que nos possibilitam ver mais    Quando há estados de consciência elevada, o efeito de energias inferiores é minimizado e as posturas baseadas no poder do medo ou na lógica de sofrer são naturalmente substituídas por posturas de amor – que é o mais poderoso antídoto do medo, e por uma lógica de sempre se fazer o bem e esse é o melhor caminho para se construir um mundo novo – por isso sofrer, com a elevação do estado de consciência, deixa de ser o caminho exclusivo para se crescer espiritualmente.
Para isso, tirar as vendas dos olhos e reaprender a enxergar – com a consciência elevada, se faz necessário.

Não temer o novo que se apresentará naturalmente  e nem temer os velhos fantasmas, que por certo se manifestarão, é a tarefa do momento.
Fazer-se disponível para ajudar a mudar o mundo é a semente que pode dar muitos frutos.
Amar, mesmo quando as vendas e amarras se manifestam, é a luz que dissolverá a escuridão em meio a dificuldades.

Ajudar e receber ajuda são faces de um mesmo tipo de energia, que mostra o caminho da iluminação.
Desafiar as lógicas do temor, do sofrer e a razão superficial é o caminho para as almas que gostam de aprender. É o momento de colocar isso em prática, na vida.

Desvendar a vida é a maravilha que se manifesta, quando passa-se da escuridão à luz.
Para dar nascimento a essa transformação, um ato deve ser traduzido em vida: o ato de retirar as vendas de sua própria visão.

Autor: Herbert Santos Silva
Texto adaptado do livro: A Mente Saudável – Para Viver uma Vida Melhor

Foto inicial: disponibilizada pelo banco de imagens Morguefile